South of Midnight, desenvolvido pela Compulsion Games, é uma daquelas experiências que encantam mais pelo que sentem do que pelo que jogam. Exclusivo para Xbox Series X|S e PC, o título aposta numa estética marcante, folclore profundo e uma protagonista carismática para entregar uma jornada única — mesmo com algumas falhas técnicas pelo caminho.

Visual marcante e atmosfera mágica

A arte de South of Midnight é o seu grande cartão de visitas. Com uma estética que lembra animações em stop-motion e cenários que misturam realismo mágico com folclore do sul dos EUA, o jogo constrói uma identidade visual inconfundível. Criaturas bizarras, pântanos encantados e trilhas assombradas compõem um mundo tão belo quanto melancólico. A trilha sonora — recheada de blues, gospel e soul — é outro ponto forte, pontuando cada cena com emoção.

Jogabilidade funcional, mas limitada

Apesar do apelo visual e narrativo, o gameplay decepciona em certos aspectos. O sistema de combate é simples demais, com poucas variações e desafios. As mecânicas de plataforma e exploração seguem um ritmo bastante linear, o que pode frustrar quem busca interatividade mais profunda. Não é um jogo de ação empolgante, mas sim uma obra que se sustenta mais pela experiência emocional.

Narrativa sensível e poderosa

A história de Hazel Flood, uma jovem que se torna uma “Tejedora” e tenta restaurar os laços rompidos entre o mundo físico e espiritual, é um dos destaques do jogo. A jornada toca temas como luto, ancestralidade, identidade e cura de traumas — tudo isso de maneira sensível e sem exageros. Os personagens têm vozes reais, e o folclore afro-americano é tratado com respeito e profundidade.

Uma obra com coração, mas tropeços mecânicos

South of Midnight não é um jogo para todos. Ele exige paciência, sensibilidade e um olhar mais artístico. Quem busca ação frenética ou combate refinado pode se decepcionar. Mas para quem valoriza narrativa, ambientação e direção de arte, essa é uma das experiências mais singulares de 2025.

⭐ Nota final: 7.5/10